Das ciências ditas
gregas da área filosófica, sem dúvida, a Pedagogia – Ciência da Educação –
na preocupação fundamental de instruir a criança (inicialmente) e educá-la
para a vida, nunca se preocupou, através de seus educadores, com o problema
reencarnatório de cada um, tendo em vista que ele, além de ter péssima
aceitação, estaria contrariando as crenças de um modo geral, afinal, este
seria um assunto exclusivo diretamente ligado às
religiosidades.
Todavia, muita coisa
há que se considerar em relação à forma de educação que se deva dar a cada
um, se levarmos em conta a personalidade e o conceito do processo
reencarnatório, hoje em dia aceito por correntes científicas que se baseiam
numa lei física que nos diz que “todo fenômeno é repetitivo” e que
“todo agente capaz de realizar determinado fenômeno, é capaz de
reproduzi-lo tantas vezes quantas necessárias”.
Ora, posto isso, já
não mais se trata de crença, mas de fenomenologia do domínio físico depois
que a Ciência estabeleceu que “a energia fundamental cósmica por si só
não pode se alterar” – sem dúvida, uma afirmativa a favor da possível
existência do Espírito ou agente estruturador (como dizem) – algo há que
atua nos seres biológicos para dar-lhes a vida.
Contudo, este não é um
assunto nada pedagógico.
A Pedagogia, até o
início do século XX se estruturava quase que exclusivamente em Pestalozzi e
seus métodos didáticos de estudo para aprendizagem do
aluno.
Só em 1909 é que a
doutora Maria Montessori, médica pediátrica nascida na Itália e radicada nos
países baixos (Holanda), preocupada com o estudo das crianças especiais é
que começaram as verdadeiras mudanças na dita pedagogia do ensino.
Inicialmente, ela, como diretora da Escola de Ortofenia de Roma criou um
novo método de educação dirigida para a clientela, separando-a segundo suas
características pessoais – a aprendizagem não podia ser a mesma para todos –
o que vem a ser o primeiro passo para o estudo do educando segundo sua
personalidade individual.
Mas só em 1909 é que
ela ousou publicar seu primeiro trabalho neste campo, admitindo que a
educação dependia do conhecimento científico do dito
educando.
Foi outro médico,
porém belga, Ovide Decroly que, em 1921 acabou se tornando o pioneiro da
“Educação Nova”, baseada nos centros de interesse e das necessidades
fundamentais da educação infantil. Foi ele que instituiu os jogos educativos
e as atividades naturais – no caso, trabalhos manuais, etc. – como forma de
interesse educacional de grande importância.
Outro grande destaque
da pedagogia foi Rudolf Steiner, nascido na Áustria e educado na Croácia;
inicialmente, preocupado com a Metafísica, dedicou-se ao estudo da Teosofia
elaborando um trabalho – Antroposofia (Teosofia humana) -, acabou por se
instalar na Suíça onde se separou dos teósofos para se dedicar à nova forma
de educação, fundando a Escola Waldort em Studgart, cidade alemã de Baaden.
Com a sua formação teosófica, foi o primeiro a registrar seus estudos
pedagógicos voltados à idéia da formação espiritual de cada um. Juntou sua
sociedade antroposófca à formação educacional da criança na sua nova
vida.
Leia-se aí
“reencarnação”.
Mas, infelizmente, os
educadores registram, apenas, o fato como histórico; ademais, a formação
evangélica da sociedade não permitia que se aprofundasse na formação
educacional neste campo, atribuindo o direito de fazê-lo só ao
Criador.
Anterior a Steiner, na
França, pontificou, em meados do século XIX um educador emérito, Prof.
Rivail, discípulo dileto de Pestalozzi e introdutor da Metodologia do Ensino
– Didática – no país de Gales e que deixou de lado a educação para se
dedicar a novo estudo voltado para os fenômenos paranormais, usando o
pseudônimo de Allan Kardec. Caberia a ele, provavelmente, aliar sua formação
educacional com a doutrina que codificara, com o nome de Espiritismo,
voltada para os conceitos que, posteriormente, Steiner apresentou como
fundamento para compreensão das reações do aluno ante seu
ensino.
O Espiritismo
brasileiro atual se transformou em mais uma doutrina cristã de fundo
religioso e abandonou o campo de pesquisa educacional voltado ao processo
reencarnatório, preocupando-se, apenas, em evangelizar seus seguidores sob
influência dos ensinamentos atribuídos a Jesus, provavelmente motivado pela
tendência do nosso povo.
Era de se esperar que
os educadores orientados pela codificação de Kardec dessem prosseguimento
aos estudos de Steiner, procurando entender o aluno como fruto de uma
personalidade de vidas passadas que influiriam em sua personalidade, mas, o
ensino, desde o fundamental até o de extensão universitária, todo ele é
exclusivamente voltado para o conhecimento estabelecido nas normas de
educação de cada país, nenhum deles preocupado com o sistema palingenético
da vida, como se a aprendizagem de cada um fosse, apenas, uma informação a
ser adquirida por um aluno que partiria do conhecimento
zero.
A didática, todavia,
registra mas não esclarece o motivo pelo qual cada criança, cada estudante
tem sua própria reação ao ensino, alguns mostrando conhecimento
injustificado pelo que já aprendera nesta vida, outros tendo enorme
dificuldades em conseguir entender o que lhe seja
ensinado.
Evidentemente, só a
tese reencarnatória poderia justificar tais reações tão distintas porque,
por mais que se tenha tentado e se esforçado para provar que a inteligência
de cada um seja genética, a verdade é que os fatos observados provam
rigorosamente o contrário: filhos de gênios, por vezes, comprometem a
paternidade e os gênios, até então não encontraram em seus antepassados a
explicação para sua genialidade.
Em conclusão: se o
ensino visasse a uma aprendizagem onde fosse ensinado que nossos atos atuais
e nossos conhecimentos nos projetariam a outras vidas futuras, quem o
compreendesse, certamente, sentiria a necessidade de melhor aprender para
que seu processo de evolução através de vidas futuras fosse bem mais
rápido.
Quem se conscientiza
de que nossos atos atuais irão se refletir na encarnação seguinte,
evidentemente, envidará esforços para aprender e o educador, tendo esta
mesma compreensão, provavelmente, entenderá o porquê do comportamento de
seus alunos na vida presente, procurando pesquisá-lo em decorrência de vidas
passadas.
Ou será que tudo isso
é pura ilusão?
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Artigo recebido da articulista, via e-mail, em 25 de dezembro
de 2008 (Thursday, December 25, 2008 3:29 PM).
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