quarta-feira, 31 de julho de 2013

NINA E CARMINHA EM BRASILIA



Nina e Carminha em Brasília

Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
Se o mensalão não tivesse existido, ou se não fosse descoberto, ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde certamente nunca mais sairia.  Roberto Jefferson tem todos os motivos para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heróico:  "Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu".
Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato natural à sua sucessão.  E passaria como um trator sobre quem ousasse se opor à sua missão histórica.  Sua companheira de armas Dilma Rousseff poderia ser, no máximo, sua chefe da Casa Civil, ou presidente da Petrobrás.
Com uma campanha milionária comandada por João Santana, bancada por montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo nosso Delúbio, e Lula com 85% de popularidade animando os palanques, massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos braços do povo, com o grito de guerra ecoando na esplanada:  "Dirceu guerreiro/do povo brasileiro".  Ufa!
A Jefferson também devemos a criação do termo "mensalão".  Ele sabia que os pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era irrelevante.  O importante era o dinheirão.  Foi o seu instinto marqueteiro que o levou a cunhar o histórico apelido que popularizou a Ação Penal 470 e gerou a aviltante condição de "mensaleiro", que perseguirá para sempre até os eventuais absolvidos.
O que poderia expressar melhor a idéia de uma conspiração para controlar o Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro público e sujo?  Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto, juntos, criariam uma marca mais forte e eficiente.
Mas, antes de qualquer motivação política, a explosão do maior escândalo do Brasil moderno é fruto de um confronto pessoal, movido pelos instintos mais primitivos, entre Jefferson e Dirceu.  Como Nina e Carminha da política, é a história de uma vingança suicida, uma metáfora da luta do mal contra o mal, num choque de titãs em que se confundem o épico e o patético, o trágico e o cômico, a coragem e a vilania.  Feitos um para o outro.
O "chefe" sempre foi José Dirceu.  Combativo, inteligente, universitário - não sei se completou o curso - fala vários idiomas, treinado em Cuba e na Antiga União Soviética, entre outras coisas.  E com uma fé cega em implantar a Ditadura do Proletariado a "La Cuba".
Para isso usou e abusou de várias pessoas e, a mais importante - pelos resultados alcançados - era Lula.  Ignorante, iletrado, desonesto, sem ideais, mas um grande manipulador de pessoas, era o joguete ideal para o inspirado José Dirceu.
Lula não tinha caráter nem ética, e até contava, entre risos, que sua família só comia carne quando seu irmão "roubava" mortadela no mercado onde trabalhava.  Ou seja, o padrão ético era frágil.  E ele, o Dirceu, que fizera tudo direitinho, estava na hora de colher os frutos e implantar seu sonho no país.
Aí surgiu Roberto Jefferson...  e deu no que deu.
A análise de Nelson Motta está perfeita.
 
 
 

sábado, 20 de julho de 2013

DILMA, DEIXA EU TE FALAR UMA COISA!




Dilma, deixa eu te falar uma coisa! 

Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.

Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior. Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto...

Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão.

Por que comprei?

Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.

Você sabe o que é puxadinho?
Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira?

Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria?

Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida ( não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção.

Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir um mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada. Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido.

Já fui ambuzando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada...

Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer...

Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você.

Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele...

Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital?

Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador?

De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI?

A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.

Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada!

E você sabe bem disso.

Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo...

As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas...

Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!

O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha! 

Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.

Quer um conselho?

Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês!

Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!

Se você não sabe ser "presidenta", desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!

Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo!
 
 

 
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A PRESIDENTA INCOPEMPETENTA



A Presidenta Incompetenta

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Gilberto Barbosa de Figueiredo 
Os mais de dez anos de governo do PT nos deixam um triste legado de trapaças, mentiras, roubos, parlamentares vendidos, vagabundagem, desperdícios do dinheiro público, tudo isso associado a uma inacreditável incompetência administrativa.
 Lula, ao expirar seu segundo mandato, não podendo mais se reeleger, mas querendo continuar com as rédeas do governo, inventou uma candidata que ele mesmo qualificou como um poste. Para impingir ao povo brasileiro alguém sem nenhuma experiência política e quase desconhecida, tratou de exibi-la como uma gerente de excepcional qualidade, além de não ter poupado esforços, nem dinheiro do contribuinte para, atropelando inclusive a lei eleitoral, apresentá-la aos quatro cantos do Brasil.
A candidata poste ganhou a eleição em segundo turno e iniciou seu mandato. Em pouco tempo, pôde-se perceber que os brasileiros foram vítimas de propaganda enganosa. A gerente de excelsas virtudes, através de atos funestos e omissões injustificáveis, mostrou-se, desde logo, uma grande incompetente.
Impossível seria enumerar todos os desmandos praticados pelo atual governo. Este texto ficaria extremamente longo. Passarei, então, a relembrar alguns poucos fatos, já suficientes para mostrar, com largueza, a inépcia de nossa presidente.
 Dilma foi incompetente logo ao montar seu governo. Com mais de trinta ministros era óbvio que seria impossível governar. Mas preferiu ferir a lógica administrativa para acomodar parceiros da chamada base de apoio. Muitos, a maioria talvez, longe de querer cooperar com a administração do estado, pretendiam, apenas, se locupletar com as benesses do poder. Qualquer um com uma mínima noção dos meandros da política sabia disso. A presidente também, com toda a certeza.
Dilma foi incompetente na escolha de seus ministros. A defenestração de um grande número deles, logo no primeiro ano de governo, por suspeita de corrupção, não tem paralelo na história republicana. É bem verdade que a presidente ainda tentou capitalizar para si o fato. Passou a pousar como faxineira de malfeitos, chegando a ganhar alguns pontos de popularidade com isso.
Mas bastou uma das denúncias chegar a um de seus amigos próximos – Fernando Pimentel – para a faxineira esquecer a vassoura. Mais tarde, com o foco em sua reeleição, olvidou-se dos malfeitos e trouxe de volta para o ministério políticos ligados aos que tinha afastado.
Dilma é incompetente na gestão do PAC (programa de aceleração do crescimento). O programa não consegue decolar. Verbas já alocadas não são gastas. Algumas obras que conseguem chegar ao fim foram concluídas com qualidade baixa. E logo ela rateia nessa área. Foi apresentada por Lula como mãe do PAC.
Dilma é incompetente na condução – calamitosa por sinal – da política econômica. Às vezes declara que o combate à inflação não pode comprometer o crescimento, para, pouco tempo depois, afirmar que esse combate é prioridade em seu governo. O que conseguiu foi um crescimento medíocre com inflação alta. No desespero, tentou conter a escalada dos preços pelo pior caminho, controlando preços.
Assim fez com combustíveis, cesta básica, automóveis e tantos outros produtos e serviços. Jamais pensou em conter gastos públicos. Para piorar a situação tem um ministro da fazenda que não inspira confiança e cujas declarações caíram no descrédito geral e são motivo de chacota, no Brasil e no exterior.
 Dilma é incompetente ao manter uma política externa dúbia – herdada de seu antecessor – que renega uma larga tradição de bons serviços prestados, pelo Itamaraty, ao nosso país. Oscilando entre normas emanadas, ora do chanceler de direito, ora de um outro de fato, o governo prefere privilegiar a ideologia, em detrimento dos reais interesses do estado brasileiro.
Dilma é incompetente ao demonstrar total insegurança ante qualquer problema mais sério, correndo para pedir conselhos a Lula – logo a quem – e a seu marqueteiro particular – João Santana.
Dilma está sendo incompetente em sua reação às recentes manifestações de rua. Sem consultar a quem é do ramo, apressou-se em propor uma constituinte exclusiva, para tratar da reforma política. Ideia prontamente rechaçada pela OAB, juristas eminentes e pela própria classe política, o que a obrigou a rever sua proposição. Sugeriu, ainda, um acordo sobre responsabilidade fiscal, o que seria primordial.
Mas em nenhum momento acenou com a possibilidade de reduzir a imensa e desnecessária estrutura de governo, com um corte substancial no número de ministros, por exemplo, como, também, em muitos dos cargos comissionados. No mais, o pacto proposto prevê alocação de recursos adicionais para a educação, saúde e mobilidade urbana, áreas mais do que prioritárias.
Somente não se entende o porquê da iniciativa não ter sido anunciada antes, considerando a relevância que representam para a população e o tempo em que já está no governo.
Tristes tempos em que vive este país. Tão grandioso e tão sofrido; tão espoliado por seus governantes.

Gilberto Barbosa de Figueiredo é General de Exército Reformado e ex-presidente do Clube Militar.

terça-feira, 9 de julho de 2013

CARTA DE UM MÉDICO



CARTA DE UM MÉDICO


Excelentíssima Sra. Presidente da República Dilma Rousseff,

Permita-me a apresentação: na minha opinião, eu sou um médico, na sua, um
“trabalhador da saúde”. Na minha opinião, medicina é cuidar de pessoas
doentes, na sua, é fazer “transformação social”. Eu penso em salvar vidas, a
senhora em ganhar votos. Como podemos ver, a senhora e eu não temos muito em
comum à primeira vista, mas existem na minha vida alguns fatos que a senhora
desconhece.

Assim como a senhora, eu já fui marxista – e dos fanáticos! Brigava com
colegas da faculdade no final dos 80 e início dos anos 90 para ver seu
projeto de poder realizado. Caminhei ao lado daquele seu amigo que gosta de
uma cachacinha e costuma ser fotografado com livros de cabeça para baixo.
Conversei pessoalmente com o “poeta do sêmen derramado” que agora governa o
Rio Grande do Sul.

Não tinha idéia correta daquilo que havia acontecido no Brasil entre 1964 e
1985. Imaginava, como a senhora quer fazer parecer até hoje, que tudo estava
indo bem até que militares malvados que não tinham nada para fazer
decidiram, com ajuda dos americanos, derrubar o governo brasileiro.

Eu só me dei conta, presidente, de quem Lula, a senhora e seu
partido-religião representavam quando comecei a trabalhar com a gente de
vocês aqui em Porto Alegre a partir de 98. Duvido que eu estivesse
mal-preparado, sabe? Eu já tinha feito 6 anos de faculdade, um ano de
residência em pediatria, um de medicina interna e dois de cardiologia.
Gostaria que a senhora visse em que lugar seus “cumpanheros” aqui dos pampas
me colocaram para trabalhar...

Imagino a senhora doente naquelas condições de segurança, higiene, espaço e
administração que a ralé do PT do Rio Grande do Sul nos ofereceu. A senhora
tem idéia de como deve se sentir um médico ao ter seu estágio probatório
avaliado por técnicos de enfermagem? A senhora sabe o que é receber, depois
de tudo que se estudou na vida, ordens de enfermeiras, presidente? Em nome
de quê? Em nome de um delírio chamado “democratização da gestão”? Em nome de
um absurdo chamado “controle social”?

A senhora tem alguma noção de quantas pessoas eu vi morrerem depois que esse
seu partido de assassinos e mensaleiros terminaram com o resto da rede
hospitalar brasileira “aparelhando” a gestão dela com uma legião de
analfabetos, recalcados, alcoólatras e incompetentes, que por oferecer uma
parte de seu salário ao PT, passaram a dar ordens a homens e mulheres com
capacidade de salvar vidas?

Mas por favor, não fique ofendida comigo, presidente, de certa forma essa
carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia
visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e
desse seu partido: promover a maior humilhação que os médicos de um país
sofreram até hoje! A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura
bananeira, um país que mata, tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos,
para fornecer médicos para o SEU próprio povo?

A senhora é brasileira, ou não, presidente Dilma? Se não tem vergonha da
medicina do seu país, tenha pelo menos do seu povo! A senhora nasceu aqui e
a primeira pessoa que lhe viu foi provavelmente um médico do Brasil.
Provavelmente vai ser algum colega, intensivista como sou hoje, quem vai
estar ao seu lado no último momento e mesmo assim a senhora quer chamar
médicos cubanos para enganar nossa gente pobre e doente a ponto de garantir
sua reeleição?

Quem lhe deu esse conselho, presidente Dilma? Identifique por favor, um por
um, os médicos que lhe cercam e sugeriram semelhante idéia! A senhora e eu
já conhecemos alguns, não é? Vamos apresentar os demais ao Conselho Federal
de Medicina, ou não?

Presidente Dilma, até bandidos e prostitutas se ofendem quando tem seu
território e ganha pão ameaçados. Nós somos médicos, nós salvamos vidas e
não vamos permitir que uma profissão cuja origem se perde no tempo seja
levada ao fundo do poço por um partido como o da senhora com o argumento de
que estamos sendo corporativistas e o Brasil está sem médicos.

Deus lhe proteja na batalha que vai enfrentar conosco, presidente. Se a
senhora for ferida vai precisar ser atendida por um médico – e eu duvido
muito que ele fale português.

Porto Alegre, 2 de julho de 2013

Milton Simon Pires é médico (CREMERS 20.958).