terça-feira, 26 de novembro de 2013

O POÇO DE RYAN




O poço de Ryan
Ele só tinha seis anos quando a professora da primeira série falou do triste destino de crianças que viviam na áfrica empobrecida e devastada por doenças.
Ryan estremeceu ao saber que centenas de milhares de crianças africanas morrem todos os anos por beberem água contaminada.
A sua escola estava angariando fundos para a áfrica e ele soube que setenta dólares custeariam um poço.
Ao chegar em casa, pediu à mãe o dinheiro e disse porque precisava. A mãe sugeriu que ele fizesse tarefas extras para conseguir a quantia.
Pegou uma folha de papel e desenhou um diagrama contendo trinta e cinco linhas. Para cada dois dólares recebidos, Ryan preenchia uma linha e guardava o dinheiro numa lata vazia de biscoitos.
Começou aspirando o pó da sala, depois lavou as janelas. Seu avô lhe pagou dez dólares, cada saco de lixo que enchesse com as pinhas que caíam no quintal.
Num certo dia de abril de 1998, Ryan entregou a uma organização internacional a sua lata de biscoitos contendo setenta dólares.
A senhora diretora que o atendeu, agradeceu mas explicou que uma bomba manual custava setenta dólares, mas para perfurar um poço eram necessários quase dois mil dólares.
"Então vou trabalhar mais", disse o menino. Os pais se envolveram e desencadearam uma campanha de doações.
Aos sete anos, Ryan conseguira juntar um pouco mais de setecentos dólares e a quantia que faltava foi completada pela agência de desenvolvimento internacional canadense.
Ryan e seus pais foram convidados para uma reunião com o representante de Uganda na "associação médicos canadenses para auxílio e assistência", grupo que recolhia os fundos angariados e, com a ajuda dos habitantes das aldeias, construía e mantinha os poços.
Ryan foi abraçado pelo representante Shibru que confirmou ao menino que o poço poderia ser feito perto de uma escola, em um vilarejo ao norte de Uganda.
Mas falou que eram necessárias vinte pessoas trabalhando dez dias para construir um poço com um escavador manual. Uma perfuradora pequena custava vinte e cinco mil dólares.
Disposto a conseguir o dinheiro, o menino teve sua história publicada em um jornal canadense e em dois meses, tinha inspirado sete mil dólares em doações.
Já cursando a segunda série, Ryan e seus colegas de classe passaram a se corresponder com os meninos do vilarejo que seria beneficiado com o poço.
Enquanto isso, Ryan passava horas escrevendo cartas pedindo dinheiro a várias organizações. Finalmente, conseguiu a quantia devida para a compra do equipamento.
Em 27 de julho de 2000 um caminhão transportando Shibru, Ryan e seus pais, desceu a estrada de terra que levava ao pequeno vilarejo.
Cerca de 3 mil crianças aguardavam na beira da estrada, batendo palmas. Os líderes da aldeia receberam Ryan e o levaram até o poço, ao lado da horta da escola. Na base de concreto estava escrito:
Poço de Ryan. Construído por Ryan Hreljac. Para a comunidade da escola elementar.
Naquela noite, na cama, Ryan disse para sua mãe: "estou muito feliz."
Terminou aquele dia inesquecível com a oração que fazia todas as noites: "desejo que todos na áfrica tenham água limpa."
Pense nisso!
A fraternidade não conhece fronteiras e o amor desconhece limites.
Aprendamos com Ryan a pensar grande, a ir além. Quem poderia imaginar que um menino de seis anos poderia fazer tanto?
Permitamo-nos o contágio do bem, com essa vontade de auxiliar, com esse sentimento de se importar com o outro, mesmo que lhe desconheçamos o nome. Mesmo que só o que ele necessite seja de um copo de água limpa e fresca, para se manter vivo.
Texto de responsabilidade da equipe de redação do momento espírita, a partir do artigo "o poço de Ryan", da revista Seleções do Reader’s Digest de dezembro2001.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O TESOURO DA VIDA



tesouro da vida
Quanto vale a sua vida? Você já parou para pensar o que aconteceria se, de repente, você descobrisse que é portador de uma enfermidade que o pode conduzir para a morte, em breve tempo?
Foi uma situação dessas que aconteceu com um executivo que durante 29 anos somente viveu para o trabalho. As suas jornadas eram de 15 a 16 horas diárias. Férias de 30 dias, jamais!
Então, veio um dia e uma noite de febre. Ele foi ao médico que diagnosticou nada além de sintomas de gripe, mas a febre persistia. Exames mais acurados apontaram a possibilidade de ele ser portador de uma grave doença no pulmão.
O executivo descreve sua surpresa e suas decisões assim: "é impressionante como a vida da gente pode mudar de sentido com uma simples radiografia. O profissional seguro, acostumado a liderar grandes equipes, estava agora à mercê dos médicos, dos exames clínicos e, de Deus."
Uma forte crise renal aconteceu em seguida e ele viu sua vida toda passar pela mente em minutos.
Medo de deixar de viver era o que sentia. Queria continuar vivo para ver seu primeiro filho se formar em medicina. E ele estava apenas no segundo ano. Queria ver o segundo filho entrar na universidade. Ele nem vestibular havia feito ainda.
Vinte dias depois, finalmente veio o diagnóstico. O problema do pulmão não era maligno e ele poderia se tratar no ambulatório. No período em que aguardava o resultado da biópsia a que se submetera, ele aprendeu muito sobre muitas pessoas e o carinho que elas tinham por ele.
Uma funcionária veio lhe dizer que sua mãe estava orando por ele. Seu gerente lhe falou que sua mãe também estava orando muito pelo seu restabelecimento. E ele nem a conhecia. Mas ela estava orando porque ele fora bom para seu filho, um dia.
O executivo descobriu finalmente que a mulher com a qual estava casado há vinte anos era muito mais forte do que ele supunha. Enquanto ele se abalou, ela se manteve de ânimo firme, incentivando-o a crer e esperar o melhor. E ela mesma deu a notícia da enfermidade do pai para os garotos.
Depois de tudo o que passou, o executivo mudou a sua forma de viver. Acredita que Deus lhe deu um grande presente, ensinando-lhe a verdadeira importância de viver o dia-a-dia, de curtir a família e os amigos, de cuidar da saúde e, de trabalhar com prazer.
Hoje, na condição de professor, ele se envolve com os alunos muito além da sala de aula. Aprendeu a gostar da chuva e de brincar com seu cachorro.
Passou a dar valor, de fato, à família e aos amigos.
Passou a dividir as tarefas com seus colaboradores, em vez de ser centralizador.
E concluiu, em seu depoimento: "quero viver cada minuto como se fosse o último, já que dessa experiência ficou a impressão de que, na hora do adeus, só restarão os arrependimentos pelo que deixamos de fazer.
Espero que essa mudança seja perene. Deus me permita aproveitar todo minuto como único, o trabalho como diversão, os amigos com paixão, minha mulher e meus filhos como verdadeiro elixir da longevidade.
E então? Quanto vale a sua vida?
Não espere adoecer para descobrir que a saúde é precioso talento, que a família é um tesouro, e os amigos, jóias raras.
Pense nisso. Comece desde agora a viver com intensidade, desfrutando de todas as oportunidades.
Não trabalhe somente para produzir, ganhar e crescer. Lembre-se que o crescimento vem do prazer de realizar.
E, num dia de 24 horas, não esqueça de reservar ao menos 40 minutos para exercícios de abraços, beijos e outras delicadas demonstrações de carinho.
Fonte: Revista Exame - agosto/2000 - A segunda chance
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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

PAI DE MEU PAI



PAI DE MEU PAI
Fabrício Carpinejar 

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:
– Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo..
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
– Estou aqui, estou aqui, pai !
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.
(Publicado no jornal  Zero Hora Revista Donna , p.6   Porto Alegre (RS), 06/10/2013 Edição N° 17575 )
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CARTA DE ABRAHAN LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO:


CARTA DE ABRAHAN LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO:
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
        Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
        Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
        Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
        Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
        Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
        Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Uma importante opção



Uma importante opção
Emília pertencia a uma família de classe média, em um país europeu que sofria crises e carestias, depois de uma prolongada guerra nacional. Fome e epidemias ameaçavam a toda a população polonesa.
Emília, desde pequena, tinha uma saúde frágil, e não melhorava devido às condições em que vivia. Era ainda muito jovem quando se casou com um operário têxtil e se estabeleceram em uma cidadezinha nova, longe de familiares e conhecidos: Wadovice, a 30 km de Cracóvia.
Pouco tempo depois nasceu seu primeiro filho, Edmundo, um garoto belo, bom aluno, atleta e de personalidade forte. Chegaria a se formar em Medicina.
Alguns anos mais tarde, em 1915, Emília deu à luz uma menina, que só sobreviveu poucas semanas, por causa das más condições de vida a que a família estava submetida.
Catorze anos depois do nascimento de Edmundo, e quase dez da morte de sua segunda filha, Emília se encontrava em uma situação particularmente difícil.
Tinha cerca de 40 anos e sua saúde não havia melhorado: sofria severos problemas renais e seu sistema cardíaco se debilitava, pouco a pouco, devido a uma doença congênita.
Além disso, a situação política do seu país era cada vez mais crítica, pois havia sido muito afetado pela recém terminada Primeira Guerra Mundial.
Viviam com o indispensável e com a incerteza e o medo de que se instalasse uma nova guerra.
Justamente nessas terríveis circunstâncias, Emília percebeu que estava grávida novamente. Apesar de o acesso ao abortamento não ser fácil naquela época, e naquele país tão pobre, existia a opção e não faltou quem se oferecesse para praticá-lo.
Sua idade e sua saúde faziam da gestação um alto risco para sua vida. Além disso, sua difícil condição de vida lhe fazia perguntar-se: Que mundo posso oferecer a este pequeno? Uma vida miserável? Um povo em guerra?
Emília desconhecia que só lhe restavam dez anos de vida, por causa de seus problemas de saúde.
Tragicamente, também Edmundo, o único irmão do bebê que esperava, viveria só mais dois anos.
Alguns anos mais tarde, aconteceria a Segunda Guerra Mundial, e no ano de 1941, o pai da criança que estava por nascer também perderia a vida.
Contudo, entre as dificuldades que a assombravam e a vida que nela palpitava, Emília optou por dar à luz seu filho, a quem chamou de Karol. Ele foi o único sobrevivente da família.
Aos 21 anos, ficou na Terra sem os pais e sem os irmãos. Este menino se tornou um ancião. Por muitos anos, cada vez que visitava algum país e passava por suas ruas, milhões de gargantas exaltadas lhe gritavam: João Paulo Segundo, nós te amamos.
Com vários problemas de saúde, o Papa João Paulo Segundo confessou que somente se sustentava pela força da prece dos que oravam por ele.
* * *
Pense nisso! A jovem Emília podia ter decidido por não permitir o nascimento daquele terceiro filho.
Mas, que grande homem teria perdido o Mundo. Um homem que utilizou o seu prestígio para falar aos dirigentes das nações sobre as doenças da sociedade e que, esperançoso, afirmava que havia razões para confiar, para esperar, para lutar, para construir.
Pense nisso e jamais diga não à vida. Não importam as situações adversas, nem as nuvens borrascosas que teimam em se apresentar.
Se um Espírito lhe bater à porta do coração, pedindo acolhida num minúsculo corpo de carne, receba-o.
Ele poderá vir para mudar a face do Mundo. Ele poderá vir, simplesmente, para enrolar seus braços em seu pescoço e sussurrar aos seus ouvidos: Eu te amo, mamãe!
Redação do Momento Espírita, com base em pesquisa ao site www.cnbb.org.br/files/biografia
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Cântico da Juventude
IVAN DE ALBUQUERQUE/RAUL TEIXEIRA
MENSAGEM
Ivan de Albuquerque aborda temas de grande atualidade para a orientação dos jovens e de todos os que por eles se interessam, desde a escolha dos amigos ao namoro, da escolha da profissão à questão sexual, tudo através de páginas elegantes, apoiadas no no pensamento Espírita.